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  • Foto do escritorEric Faleiros

O que Adele tem que as outras não têm?


A cantora Adele está prestes a assinar um contrato histórico com a gravadora Sony, uma vez que sua parceria com o selo independente XL Recordings se aproxima do fim. A Sony, que já distribui seus álbuns em algumas partes do mundo, deve fechar um acordo de 90 milhões de libras (cerca de R$ 464 milhões) com a inglesa. Recentemente, o jornal The Sunday Times apontou a jovem artista como a cantora britânica mais rica da história, com uma fortuna estimada em 85 milhões de libras. No ranking geral de músicos do Reino Unido e Irlanda, liderado por Paul McCartney, Adele figura a 30ª posição ainda atrás da cantora Enya, no 28º lugar. Pois é, as coisas vão bem para a londrina, que começou sua carreira timidamente com canções ao violão e estilo mais indie-folk lançando seu álbum “19” (2008) com as memoráveis “Hometown Glory” e “Chasing Pavements”; que conquistou o mundo com “Rolling In The Deep” e “Someone Like You”, do disco “21” (2011), e que agora o tem aos seus pés, com a explosão de “25” (2015), e seu maior o hit, “Hello”. O sucesso fenomenal de Adele já a fez aparecer várias vezes no Guinness, o Livro dos Recordes, superando marcas de artistas como The Beatles, Michael Jackson, Whitney Houston, Madonna e Beyoncé, entre outros. O que Adele tem que as outras não têm? Na realidade é uma pergunta inversa. A cantora conduz sua carreira artística e seu reflexo como celebridade de forma diferente: sem muitos artifícios, simples, orgânica e humana. Tanto em sua música, cujos temas abordam situações e dramas reais da vida e seus relacionamentos, quanto em relação a sua imagem que foge dos padrões fabricados e reproduzidos em série que nos são oferecidos. Até mesmo em sua personalidade fora dos holofotes, quando raramente é fotografada no supermercado vestida como... bem, uma pessoa que está em um supermercado. Quando uma Adele surge na indústria musical, indo na contramão de produtos pop que exalam mais dinheiro e imagem que música em si, e assim obtém um êxito monstruoso, não seria um sinal de que talvez haja vida além do clube da superprodução? E não se engane, tem muito artista deste clube fazendo tanta grana quanto, principalmente no mercado norte-americano.

Talvez muito do reconhecimento e da idolatria a ela venha da grande sede saciada com seu progressivo sucesso. Isso não é dizer que o pop composto quase inteiramente de sons eletrônicos, produzido por ao menos cinco nomes hype da indústria, com colaborações dos outros cinco artistas de evidência equivalente e reforçado por muito trabalho de imagem não tenha seu valor. Sempre houve pop, divertido e superficial, que todos nós adoramos cantar no karaokê ou nos jogar na pista para curtir. Mas significa que o contraponto se faz necessário aos ouvidos de quem gosta de música. Até o guitarrista Zakk Wylde (ex-Ozzy Osbourne) se revelou fã de Adele e afirmou que de certa forma ela é sim uma influência para sua música. Interessante também é analisar como Adele, de forma alguma inventou a roda - o que é um dos pontos favoritos que os críticos gostam de apontar. E é verdade. Mas esta geração não tem uma Carly Simon, ou alguém do gênero, que traga música mais orgânicas e romântica às rádios, assim mesmo, bem à moda antiga. Também não é só dos millenials que a indústria vive. Lembra de como no Dia das Mães, no Dia dos Namorados e até mesmo no Natal de 2011 o disco “21” sumiu das prateleiras? Com sua espontaneidade, risada contagiante e até boca suja misturadas ao talento, voz e timbre únicos e profissionalismo, a inglesa, hoje com 28 anos, conquista a simpatia de uma ampla faixa etária de público. Pode ter sido tudo friamente calculado? Quem sabe?! Ou talvez ela só tenha tido a sorte de ser quem realmente é e ter alcançado êxito com isso (imagina que louco?). Mas que deu certo, deu. Para a carreira e a conta bancária dela e para muitos ouvidos que foram aliviados com sua música se fazendo presente em todas as mídias.

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