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  • Foto do escritorEric Faleiros

Wolfgang Amadeus Mozart


Gênio precoce, com personalidade musical complexa e sedento por liberdade. Talvez seja esta a melhor maneira de definir Wolfgang Amadeus Mozart que nasceu como Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart, no dia 27 de janeiro de 1756, em Salzburgo, na Áustria. Desde pequeno revelou extraordinária vocação musical. Seu poderoso talento criador dava-lhe uma expressão versátil. Escreveu com a mesma desenvoltura gêneros instrumentais e vocais, criando uma obra que só não foi mais extensa devido à sua morte prematura, aos 35 anos de idade.

Com quatro anos iniciou as aulas de música com o pai Leopold Mozart, um respeitado professor de violino. Não demorou muito e o garoto já compunha duetos e pequenas composições para dois pianos, com a finalidade de serem interpretadas com sua irmã Maria Anna, a "Nannerl", cinco anos mais velha. A dupla realizou várias apresentações mas, em pouco tempo, a talentosa Nannerl foi ofuscada pelas impecáveis performances de seu irmão. Sem rancores, a moça seguiu outro caminho. Tornou-se professora de piano, casou-se e constituiu família. O prodígio, aos seis anos, realizou sua primeira turnê pela Europa. Wolfgang deixou a corte aos seus pés. Com sua música, foi admirado e aplaudido por todas as classes sociais, de soberanos a cortesãos. O pequeno era um verdadeiro artista e, durante vários anos, revezou-se entre longas viagens com o pai e a casa, em Salzburgo. Mas, mesmo assim, encontrava tempo para compor e, aos 12 anos, criou sua primeira ópera, La finta semplice. Logo no ano seguinte, Wolfgang foi nomeado Konzertmeister da corte, o equivalente ao cargo de violinista principal. Partiu para a Itália, onde recebeu honrarias e mergulhou na música local. Nesta fase, ele compôs as óperas Mitridate e Lucio Silla. Sua tranqüilidade cessa ao voltar à cidade-natal, quando começa a ser tratado com hostilidade pelo novo arcebispo de Salzburgo, Hieronymus Colloredo. O déspota proíbe as viagens de Mozart, que passa quatro anos preso a corte. Angustiado, o compositor não aceita as ordens incabíveis de "seu patrão", pede demissão e parte em busca de oportunidade pela Europa. Em suas andanças, Wolfgang renova as idéias e passa a escrever obras mais livres que as compostas na corte. É neste momento que ele conhece a cantora Aloysia Weber, por quem se apaixona e não é correspondido. Cinco anos depois, ele casaria, sem paixão, com a musicista Constanze Weber, irmã mais nova de Aloysia. No ano de 1779, um Mozart contrariado volta a Salzburgo. Sem inibir seu talento, compôs a Missa da Coroação, a ópera Idomeneu, entre outras obras-primas. Porém, o esperado acontece novamente. Mozart exige respeito e Colloredo ordena a expulsão do compositor. Em uma de suas cartas, o músico revoltado revela que foi escorraçado da corte, aos pontapés. Entusiasmo com a tão desejada liberdade, Mozart passa a sentir na pele o desprezo da sociedade vienense que já não vibrava com suas obras mais intimistas. A grande ópera As Bodas de Fígaro (1786) foi um fracasso financeiro. Em compensação, a obra foi bem recebida em Praga, o que levou à encomenda de outra ópera: Don Giovanni. Entre os tchecos foi um sucesso, mas em Viena, um outro fiasco. A situação econômica de Mozart piora e a fama desaparece. A salvação só chega com a criação de uma ópera para o povo, encomenda

da, em 1791, por um amigo maçom. A Flauta Mágica estreou triunfante em um pequeno teatro popular na periferia de Viena. Surgem mais encomendas e desta vez trata-se de um Réquiem, solicitado pelo conde von Walsegg zu Stuppach. Bastante atarefado e doente (seus rins estavam quase destruídos), Mozart ia escrevendo, aos poucos, a missa fúnebre que ficou inacabada. Em novembro ele caiu de cama para não mais levantar-se, e em 5 de dezembro de 1791, Amadeus morreu. O Réquiem é completado, tempos depois, pelo discípulo Franz Xaver Süssmayr.

Curiosidades

Dança dos nomes O gênio austríaco passou a vida trocando seus nomes o que acabou confundido até os historiadores. Uns dizem que ele foi batizado como Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart e outros já afirmam que no lugar de "Gottlieb" era "Theophilus" e de "Wolfgang" era "Wolfgangus". Na verdade, "Theophilus" é a tradução em latim de "Gottlieb" e "Wolfgang" é a versão abreviada de "Wolfgangus", nome de seu avó materno. Mais tarde, seu pai retirou o "Johannes Chrysostomus" e o próprio Mozart, após sua passagem pela Itália, trocou o "Gottlieb" ou "Theophilus" por "Amadeus" que ainda pode ser encontrado na versão italiana como "Amadeo". O mistério do Réquiem Há muitas lendas em torno da encomenda de um Réquiem feita a Mozart, próximo de sua morte. Em Amadeus, filme de Milos Forman que retrata a vida do músico, a versão contada é a de que Antonio Salieri, um compositor rival, sorrateiramente pediu a obra --por algum tempo, acreditou-se que Mozart havia sido envenenado por ele. Mas segundo os biógrafos do compositor, a missa fúnebre fora encomendada pelo conde von Walsegg-Stuppach, que desejava homenagear a memória da esposa. Cidadão maçom Inquieto e, ao mesmo tempo, melancólico, o compositor sempre estava em busca do autoconhecimento. Assim, ele foi para a maçonaria. Em 1784, ele entrou para a ordem como aprendiz e no ano seguinte já era mestre. A adesão foi engajada, como comprova uma série de suas obras de inspiração maçônica, que datam desta época. Inclusive os caçadores de enigmas, até hoje, acreditam que há várias mensagens maçônicas nas sinfonias de Mozart. Catálogo codificado As obras de Mozart são identificadas pela letra K., seguida de um número que designa a ordem cronológica das composições. O K. vem do nome de Ludwig von Kochel, que organizou um catálogo das obras de Mozart, publicado em 1862, sob o título de Chronologist-thematisches Verzeichnis samticher Tonwerke W. A. Mozart (Registro cronológico-temático de todas as obras musicais de W. A. Mozart). Em alemão, a sigla é KV. Uma revisão definitiva deste catálogo foi elaborada por Alfred Einstein, em 1937. Prestígio europeu Durante a turnê pela Europa, o barão alemão Friedrich Melchior Grimm, residente em Paris e publisher do Correspondance littéraire, manuscrito que circulava para a elite européia por meio de assinaturas, escreveu: "Mozart, que completará sete anos em fevereiro próximo, é um extraordinário fenômeno. É difícil de acreditar o que vemos com nossos olhos e escutamos com nossos ouvidos". Também impressionados com a performance de Mozart, o Rei George III e a Rainha Charlotte convidaram duas vezes o pequeno gênio para tocar no Palácio Buckingham, em Londres.

Fonte: http://musicaclassica.folha.com.br

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