É comum afirmar que música é o resultado da ação de três fatores: melodia, ritmo e harmonia. A melodia é facilmente identificável, pois é, normalmente, a parte mais destacada de uma música, aquela que é possível assobiar ou cantarolar. É formada por uma sequência de notas produzidas sucessivamente e distribuídas no tempo.
O ritmo é o resultado da combinação e da distribuição dessas notas e de silêncios no tempo, formando padrões utilizados ao longo de uma melodia. O termo ritmo tem origem na palavra grega rhytmos, que significa qualquer movimento regular, constante, simétrico. Também é facilmente identificável e, muitas vezes, é o único elemento plenamente distinguível dentro de uma composição.
A harmonia, por sua vez, não é tão facilmente identificável, pois ela pode sofrer variações e até mesmo ser completamente alterada sem que a música em si seja descaracterizada, algo que pode acontecer caso se alterem a melodia e o ritmo. Vamos entender melhor o que é harmonia?
Chama-se harmonia à arte de combinar os sons e ao estudo das relações dos intervalos que existem entre eles, ou seja, a parte da música que produz as notas simultâneas, acordes e toda estrutura musical. Na prática, quando alguém fala o que é harmonia está se referindo ao universo de acordes utilizados para compor uma música, ou seja, de quais combinações de notas são usadas para criar a sonoridade desejada pelo compositor.
Como cada combinação de notas – ou seja, cada acorde – tem uma característica própria, a escolha por quais utilizar e em que sequência dão ao compositor a possibilidade de trabalhar diferentes níveis de repouso e de tensão, a fim de criar diferentes sensações ao ouvinte. Desde uma simples cifra à complexas estruturas carregadas de dissonâncias, a harmonia está presente em todas as composições musicais, mesmo que não seja ouvida, como é o caso do cantarolar de uma melodia.
Uma melodia, geralmente, é composta por apenas uma nota produzida de cada vez, ao passo que a harmonia consiste em um conjunto de várias notas tocadas simultaneamente. Por conta disso, é fácil perceber que o estudo de harmonia é um campo muito amplo cujas principais áreas são a formação de acordes, os campos harmônicos, as funções harmônicas, as cadências harmônicas e a rearmonização. A formação de acordes trata de como os agrupamentos de notas podem ocorrer, ao passo que o estudo de campos harmônicos permite entender como conjuntos de acordes dão origem a tonalidades. O estudo das funções harmônicas permite conhecer as sensações que os acordes provocam em diferentes circunstâncias e os padrões de sequências de acordes são chamados cadências harmônicas.
Depois de conhecer todos esses elementos, é importante trabalhar a rearmonização, técnica que permite modificar a estrutura harmônica original de uma música e recriar a composição, de forma a mesclar sua personalidade à do compositor, utilizando acordes diferenciados, distribuindo as notas pelo teclado e provocando novas sensações ao ouvinte. De uma harmonia formada por acordes básicos, é possível criar verdadeiras obras-primas por meio da adição de notas, do enriquecimento das dissonâncias e do conhecimento das possibilidades tímbrísticas de cada acorde. Os mais destacados instrumentistas de jazz são os maiores especialistas em rearmonização, rivalizando de maneira próxima com os instrumentistas brasileiros.
Existem várias maneiras de estudar as relações entre os acordes e as notas da melodia, como a harmonia tradicional e a funcional, cada uma analisando esses elementos sob um ponto de vista. O profundo conhecimento das conclusões e das práticas adotadas por esses estudos oferece ao músico muito mais facilidade tanto no entendimento da composição quanto em sua execução.
Entendeu o que é harmonia? Ela, juntamente com a melodia e o ritmo resultam em todas as músicas que você ouve!
Mais informações no link: http://blog.fritzdobbert.com.br/tecnicas/o-que-e-harmonia/
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